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É do Cacique de Ramos que se inicia a nova era do Samba!


O famoso Cacique de Ramos é um bloco carnavalesco do bairro de Ramos, que se situa na cidade do Rio de Janeiro. Seus ensaios eram promovidos em uma quadra de futebol de salão e é lá que, no final dos anos 70, surgiu o maior movimento de samba que já se teve notícia: Os pagodes do Fundo de Quintal.


O cacique era o principal bloco da região, mas tinha um grande rival que era o Bafo de Onça. Em qualquer lugar que abrigava os dois não podia esperar outro resultado a não ser briga. O cacique, às vezes, esperava até quatro horas para desfilar e não impedir que o Bafo de Onça fizesse seu carnaval.


No entanto o cacique sempre teve mais nome não só na passarela como também no samba. Com uma singularidade em letra e melodia, o bloco entupia a quadra de ensaio em todas as quartas-feiras. Com isso, conseguia levar importantes personalidades no mundo do esporte, televisão e muitos artistas a apreciarem o seu carnaval. E, cada vez mais, essa roda de samba estava ficando comentada e conhecida, ganhando um toque especial perante os que freqüentavam.


Tudo o que havia de conhecido no mundo do samba foi revolucionado pelos integrantes dessa maravilhosa roda de samba, que adicionaram genialidade e qualidade nas composições de suas letras e melodias, apresentando um novo tipo de samba ao falar dos acontecimentos do cotidiano. E não para assim, a mudança é tanta que chega na criação de alguns dos instrumentos que são usados hoje em dia pelas tradicionais e latentes bandas de samba/pagode, que são o Banjo com braço de Cavaquinho (criado por Almir Guineto), o tantã (feito pelo sereno) e o Repique de mão (inventado por Ubirany). São considerados criadores desse estilo e influenciaram muitos novos grupos de pagode (sub-gênero) que vinham surgindo também nessa época.


Foi desse movimento que surgiram grandes nomes do samba que compõe as agendas das mais variadas casas de show do Brasil inteiro. São nomes como Sombrinha, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Almir Guineto, entre outros. Todos ex-integrantes do Fundo de Quintal. Embora desfeito e indo cada um buscar o seu sonho, a amizade preveleceu e, como prova disso temos nos mais diversos shows a presença e participação dos consagrados "ex-fundoquintanistas".


É o grupo mais premiado dentro do seu gênero em todos os tempos, chegando a ter em sua coleção de ganhos até um disco de platina, que é referente à uma vendagem de mais de 500.000 discos, além das mais variadas menções honrosas.


O Grupo Fundo de Quintal é tão grandioso que não pode ser limitado à uma postagem, pois representa nada menos do que a imagem popular do Brasil e chega a ser considerado um patrimônio nacional. Então ele, sem dúvida, voltará no Nota 7 um outro dia para bater mais um papo.


Para quem não conhece um pouco do trabalho do Fundo de Quintal, fica a sugestão de uma música: A Amizade. Ela já pode estar sendo visualizada no vídeo abaixo.


Abraços e Tchau!


André N. Bueno


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