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Vapor Barato


A banda carioca "O Rappa" surgiu para o mercado musical em 1994, com o Álbum "O Rappa, todo camburão tem um pouco de Navio Negreiro". As 200 000 cópias vendidas e as belas performances do grupo nas suas apresentações deixaram o público intrigado: eles não podem passar disso. Mas eles passaram com sobras.

O Cd "O Rappa Mundi", lançado dois anos depois do primeiro, estourou nas paradas e projetou-os como uma das bandas mais comemoradas dos anos 90. O Disco é todo bom, de cabo a rabo. Quem ouvia não podia imaginar que O Rappa se tornaria algo tão fraco no início do século posterior, o nosso século.

Naquela época, meados dos anos 90, era muito difícil uma banda emplacar mais de um hit por álbum, mas toda a qualidade e ousadia dos Rock-Rap-Reaggeiros d'O Rappa tornaram-nos uma grata exceção à regra: nada menos do que 4 músicas alcançaram o auge das paradas desde o início da turnê pelo Brasil; A feira, Vapor Barato, Hey Joe e Pescador de Ilusões (que anos depois viria a estourar mais ainda numa versão insossa idealizada para o Ao Vivo Mtv; a versão do Rappa Mundi é 7x melhor). A segunda, de Salomão e Macalé, eternizada na doce voz bárbara de Gal Gosta, ganhou um arranjo totalmente novo, num ritmo inovador que até mesmo os mais conservadores, como eu, aplaudiram.

835 000 cópias vendidas, reconhecimento da mídia, mulheres, mulheres, dinheiro e Seccos levaram a banda, infelizmente, para um caminho mais comercial e totalmente diferente do idealizado por Yuka (que abandonou a banda há alguns anos por causa de divergências com o cantor Falcão). E CDs do nível deste nunca mais foram pensados.

Bruno Alcantara


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