Pois é... vida difícil a dessa Britney. Princesinha do pop, queridinha dos americanos, gostosa, rica, famosa, e nem precisou saber cantar pra ter tudo isso. É um "sucesso de vendas": a cantora que mais vendeu discos nessa década, 85 milhões de cópias. E num é que a mulher tem bala na agulha?
Britney e seu talento in-ques-tio-ná-vel.
Tudo estava indo bem nas paradas americanas até que Britney decidiu lançar uma coletânea dos seus gemidos mais famosos ("The Singles Collection"). Em meio a isso, ela antecipou uma música inédita que fará parte do greatest hits. "3" (three), é o nome. E não foi preciso 1 semana para mostrar sua força.
A música, tão logo caiu no iTunes, estourou em downloads pagos e subiu como um foguete pro topo das mais baixadas. Só na primeira semana, foram quase 250 mil downloads. Uma venda assim fez Britney conquistar um feito raramente realizado na história da Billboard: ter uma música estreiando em 1º lugar na lista do Hot 100 (as "100 mais" dos EUA). Chegou de lugar nenhum, sem promover nada, sem nem dar as caras (e bundas) em programas de TV, e a música já virou notícia.
Pelo visto, já não são mais essenciais as peripércias vocais que marcaram os cantores dos anos 90. O que manda agora é ser show-man. Vender revista, notícia, tablóide, escândalos, ingressos para shows e músicas cobertas de pro-tools. Os fãs adoram, as rádios tocam, os artistas se enriquecem e todos ficam (reza a lenda) satisfeitos.
Realmente essa é uma pergunta básica que todos já fizeram. O incrível está no fato de que ninguém consegue responder com clareza esse questionamento tão singular, pois tentam analisar como um objeto qualquer, querendo definir a sua magnitude em simples palavras ou atos. O amor, como diz o grande Arlindo Cruz, não é um elemento simples, por isso não será fácil simplesmente falar “O amor é isso, por que...”, é necessária muita reflexão antes de falarmos sobre ele, ou melhor, não falemos sobre, apenas pensemos.
Quando saiu do grupo Fundo de Quintal para seguir carreira solo, Arlindo Cruz dedicou grande parte de seu imenso repertório falando sobre o amor. E, quando não compõe letras sobre, cantava de figuras ilustres como Almir Guineto, Sombrinha (com quem compôs grande parte de seus sambas), Jorge Aragão e muitos outros. E, sem dúvida, singulariza a música ao tocá-la de seu jeito.
Após passar por alguns maus momentos na semana passada, foi em duas composições do Arlindo Cruz que busquei refúgio. É engraçado, pois quando passamos por situações desagradáveis a gente sempre acha uma música para chamarmos de “nossa”. Dessa vez não foi diferente, a única coisa diferente foi que me apeguei à duas ao invés de uma. A primeira é “O que é o amor?” música linda que tomei como título dessa postagem, aonde põe a dualidade desse sentimento que ao mesmo tempo em que o deixa feliz um dia, no outro o deixa com a cara na lama.
A segunda música que considero como “minha” – e a que eu mais gostei realmente, que mais me apeguei -, é a música “Ainda é tempo pra viver feliz”, que foi composta junto com o Sombrinha e tornou parte do repertório das mais variadas rodas de samba de todo o Brasil, sendo cantada por Beth Carvalho junto com seu afilhado Zeca Pagodinho; Arlindo e o jovem Gustavo Lins, além de cantada também por centenas de pequenos grupos que vão surgindo e que apreciam um bom samba.
Basicamente a música fala de um rapaz que está afastado da mulher pela qual é apaixonado e não quer mais deixar tudo do jeito que está, pois ele está triste com a distância entre os dois e com o término do relacionamento. Ele quer voltar a sorrir e vai fazer de tudo para tê-la por perto novamente. O refrão, tanto quando o nome da linda canção, é um pedido de ajuda para ela o ajudar a buscar a felicidade, pois ainda é tempo para viver feliz.
Essa música já é minha, você já tem uma pra chamar de sua?
Eu, de coração, torço muito pela evolução do samba/pagode pegando como referência os grandes ídolos como Arlindo Cruz, Fundo de Quintal, Cartola, entre outros. Para dar continuidade na disseminação de suas composições com aquelas sempre lindas frases que prepara a gente para o métrico refrão que explana, que difunde, que inspira, que transborda esse sentimento soberano que nos guia, o amor.
♪♪ "Que só eu quem podia, dentro da tua orelha fria, dizer segredos...". Você, com certeza, querido leitor, soube completar o versinho. Mas você nunca pensou em ir além? Nunca pensou em descobrir o que o Poeta quis dizer com as suas palavras, ao invés de ficar cantarolando o poema sem saber, realmente, a sua origem de inspiração?
Algumas músicas fazem tanto sucesso e ficam tanto nas nossas cabeças, que o ato de cantá-las se transforma numa atitude mecânica. Mas a música é muito mais bonita quando a gente sabe por que foi escrita; quando nos colocamos no lugar de quem a escreveu, e descobrimos que temos o poder de utilizar as mesmas palavras para expressar algo que é nosso. Dilui-se o espaço entre você e o seu ídolo, e o efeito que a música causa torna-se mais puro e intenso.
Foi pensando nisso que, dentro do meu leque restrito de conhecimento musical, escolhi "as 7 músicas para serem entendidas". Umas famosas, outras nem tanto. Todas muito bonitas. Tentarei explicar o que o letrista realmente quis dizer com suas estrofes, que no caso das 7 músicas a seguir, estão repletas de eufemismos e metáforas que só anseiam passar uma mensagem.
Ah! E para que não sabe o que são "segredos de liquidificador": São, simplesmente, lambidas demoradas no ouvido, num movimento circular uniformemente variado. Eis as notas:
7- Desastre Mental- Cazuza, Exagerado, 1985.
Muita gente pensa que Cazuza escreveu essa letra depois que descobriu ser Soro Positivo, mas não. Esse Poema é de 1984, ano no qual o Barão Vermelho conseguiu seu primeiro Disco de Ouro, e no qual Agenor começou a pensar em abandonar seus irmãos.
A música é, basicamente, sobre um cara, bêbado, numa festa, e que já não aguenta mais ouvir os desabafos de sua "colega". A canção é meio um "cala a boca e me dá logo, porra". O autor não se importa nada com as consequências do seu ato, e ainda esclarece à amiga que aquilo que ele sente não é amor: "prefiro te manter ao lado direito do meu peito...", e ao mesmo tempo em que a convida para dar uma "saidinha do recinto". Diz que os dois são sobreviventes de um desastre mental, ou seja, eles têm todo o direito de fazer o que querem, sem pensar e sem se importarem com o que acha a sociedade, que não é sobrevivente, é o próprio desastre mental.
6- O Vento Noturno do Verão- Nando Reis, Para quando o Arco-Íris encontrar o Pote de Ouro, 2001.
A música, apesar de toda a fantasia que circunda o Poema, retrata nada mais que o primeiro beijo de dois alunos do primário, que fugiram do lugar que lhes era estabelecido e "escorregaram para o pátio do Ginásio" através de uma ladeira.
Aí, o ex-titã começa a enfeitar a música com palavras que retratam nada mais do que toda a expectativa e euforia do primeiro beijo. Ele também deixa claro todo o medo que sentiu, e quantas vezes ele pensou antes de decidir, de tomar coragem: "Como a coragem que nos traz o soprar do vento no outono do verão". A frase anterior também nos mostra que o beijo foi dado lá para o mês de fevereiro, o que deixa claro que o menino teve as férias todas para pensar nisso e decidir tentar. E pelo jeito deu certo: "Somos capazes de pensar, mas não deixo de admirar as rochas que não precisam da respiração"; o único empecilho para que o beijo seja eterno é a própria falta de fôlego, ou seja, a necessidade da respiração.
5- Trem das Cores- Caetano Veloso, Cores e Nomes, 1982.
Eu sempre gostei muito dessa canção. E ela foi a única da lista que eu entendi completamente, logo de primeira. Então, vai ser rapidinho de explicar: um rapaz, apaixonado, viaja de trem para se encontrar com sua namorada, que provavelmente mora em outra cidade. É claro, que ela era o único pensamento dele durante a viagem; ele está feliz, e tudo que ele percebe fora e dentro do trem vira inspiração. Inspiração que vira um Poema de amor destinado à menina "de cabelos pretos e lábios castanhos, ou melhor, cor-de-açaí" que o espera na estação de sua cidade.
4- Um Trem para as Estrelas- Cazuza e Gilberto Gil, Ideologia, 1988.
Uma segunda-feira preguiçosa. O Poeta abre a janela e vê lá embaixo a pobreza da cidade do Rio de Janeiro. O Cristo Redentor no alto do Corcovado meio que os convence a continuar a vida, apesar do sofrimento. Aí está o ponto central da música: "a crítica à Igreja, e à essa idéia de que Jesus Cristo é nosso salvador e filho de deus. Ao sofrimento na vida como causa de uma ida ao paraíso, na morte; como se a tristeza fosse uma maneira para a gente se salvar depois.
O tempo das mentiras católicas passou. Esse papo de que alguém foi crucificado para nos salvar é onda. Devemos ser mais racionais, pois a época dos navios negreiros (assim ele se refere ao tempo de Igreja) se foi; é hora de embarcar em outras correntezas.
3- Para lá- Adriana Calcanhotto, Maré, 2007.
Escutei essa música pela primeira vez no show da Adriana no Álvares Cabral, em julho. Em Agosto, mais uma vez, no show de despedida do disco "Maré", no teatro do Jardim Botânico. A letra da música é muito triste, e a melodia tão quanto.
Na verdade, eu não sei nem como descrever o que entendo dela. Mas que eu entendi, entendi. A composição é do Arnaldo Antunes, o que dificulta ainda mais, pois a expressão dele é bem singular (e circular). Mas vamos lá: Pense numa pessoa esclarecida, que já viveu e pode decifrar todos os segredos da vida, cientifica e filosoficamente. Ela só não pode entender esse amor que ela sente, um amor não correspondido. Não consegue esquecer, está acima de qualquer ciência. Acima de qualquer razão: "A Montanha insiste em ficar lá, parada" é uma metáfora para o sentimento que continua estático dentro dela.
2- Maluca- Cássia Eller, Com você o meu Mundo ficara Completo, 1998.
É a história de uma menina que experimentou o sexo pela primeira vez. Não parece, mas é. Um dia, pela manhã, ela acordou e viu sua irmã no maior rala e rola com um rapaz (ou moça?), e sentiu vontade de fazer também. E fez. Chamou algum rapaz (ou moça?), e fez amor por toda a casa.
Acho que 90% das pessoas que gostam da música, não conhecem o seu verdadeiro significado. A rosa é a metáfora do desejo, da paixão... Mas muita gente pensa que é só mais uma música bonitinha. Digo à elas: sempre bata na porta da sua irmã, antes de entrar no quarto.
1- Flores- Titãs, Õ Blesq Blom, 1989.
Eis a campeã de todo e qualquer concurso de significados inesperados. Acredito que a maioria de vocês sabem o sentido real da música, mas eu proponho uma visão diferente da estabelecida.
Por se tratar da campeã, uma análise minuciosa do Poema:
"olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro"
Um camarada, que anda mal na vida, e que deve ter tomado uns "foras" da mulher que ama, chega em casa nervoso, sem se preocupar em não pisar nas rosas que estão no caminho até a porta da casa. Chega a seu quarto, se sente em frente ao espelho e não vê mais sentido na vida. Chora pelas flores que destruiu no caminho.
"os punhos e os pulsos cortados, e o resto do meu corpo, inteiro há flores cobrindo o telhado, embaixo do meu travesseiro há flores por todos os lados, há flores em tudo que eu vejo"
Ele corta os pulsos numa tentativa de suicídio (mas o resto do corpo continua inteiro). Está deitado na cama, esperando a morte chegar, e o vermelho do sangue se confunde com a cor das rosas pisoteadas, e o que só consegue é enxergá-las em seus poucos lapsos de visão.
"a dor vai curar essas lástimas, as flores têm gosto de lágrima o soro tem cheiro de morte, a dor vai fechar esses cortes. As flores de plástico não morrem"
Mas o nosso projeto mal acabado de suicida não conseguiu morrer. Ele foi socorrido, está agora no hospital. Alguém, provavelmente a moça por quem ele é apaixonado, trouxe rosas para lhe estimar melhoras. E somente a dor desse amor não-correspondido será capaz de fechar os cortes.
No final, ele se compara à uma rosa de plástico, que não pode morrer, pois já está vazia por dentro. Sua alma já está morta.
O pagode atual está estagnado, pois são poucos grupos novos que estão se destacando. A referência sempre será o Cacique de Ramos, palco e berço dos grandes fenômenos do samba/pagode, e não tem como ser diferente. Depois de beber da fonte, a escolha da vertente vai definir a cara de cada grupo – seja sambista de partido alto ou pagodeiros com letras de amor, entre outros.
Há 8 anos atrás, em Vitória (capital do Espírito Santo), um grupo de amigos que costumavam batucar e cantar pagode levantaram a cabeça e decidiram levar essa história de fazer música mais a sério. Já com instrumentos, começou-se, então, a jornada. Como é de praxe, os bares foram a primeira casa do grupo, pois eram neles que estavam quase todos os finais de semana.
Ao notar que conseguiam atrair muitas pessoas para os lugares em que tocavam, investiam pesado na divulgação da banda, que começava a ficar muito conhecida em todo o território capixaba, e com uma imagem positiva, pois a repercussão era boa e surgiam muitos lugares para tocar. Com grande divulgação, agora era necessário investir no conteúdo, ou seja, deviam começar a compor.
Logo em seguida seria gravado o primeiro CD do grupo – Mais Astral ao Vivo, em que trazia não apenas um, mas dois carros-chefe, que eram as músicas “Minha menina” e “Loirinha do Pagode” que logo viram febre e começam a passar incessantemente nas rádios locais. O reconhecimento nacional vem a partir do momento em que a música “Loirinha do pagode” vira tema da BBB Antonela, que participou da quarta edição do programa.
Após o sucesso do primeiro CD era se concentrar e colher os frutos da visibilidade que foi esse primeiro trabalho. Depois de 3 anos de shows, notaram que estava no momento de continuar o trabalho. E foi aí que lançou o segundo CD, intitulado “O gosto da felicidade” e logo depois, em 2009, veio o “No quintal da gente”.
Desde então multiplicaram os convites, até mesmo o de abrir shows nacionais de samba/pagode. Como exemplos temos o show do sambista Dudu Nobre, que ocorreu na casa de show Ilhacústico, o de, também referência do Samba nacional, Arlindo Cruz e do grupo Exaltasamba, que é o grupo mais badalado do momento.
Agora referência maior no pagode capixaba, o grupo Mais Astral mostrou que é possível fazer bem feito e ultrapassar as barreiras do próprio estado. Que todo esse trabalho sirva de estímulo para as bandas embrionárias criarem e crescerem. Eles só merecem o nosso parabéns: Parabéns grupo Mais Astral, continuem representando a gente em seus shows.
Blog experimental para a matéria de "Teorias e Práticas Publicitárias e Novas Tecnologias" da UFES. Os alunos André Nunes, Bruno Salim e Rodrigo Alcure se uniram na proposta de um espaço que concentrasse diversos estilos musicais condizentes à personalidade de cada um. Sendo assim, o Sétima Nota passeia por sete estilos:
Bruno Salim: (às segundas-feiras) 1 - MPB 2 - Rock Nacional
André Nunes: (às quartas-feiras) 3 - Samba 4 - Pagode