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Tecnologia e Internet: a Era dos downloads.

Poucos imaginavam uma nova transição tecnológica tão rápida quando os CDs começaram a substituir os LPs vinte anos atrás. A década de 90 ficou marcada pela explosão das vendas fonográficas, uma maior diversificação de artistas no mercado e a consolidação da imagem dos grandes "Ídolos". Entretanto, com a revolução da internet e a popularização dos primeiros players portáteis de mp3, as previsões sobre o inevitável "fim" dos CDs tornaram-se mais sólidas.


Os LPs dominaram longas décadas da história fonográfica.


O retrato musical dos 00's não pôde ser outro senão uma brusca queda nas vendas de mí­dias físicas em igual proporção ao crescimento dos downloads pela internet. As gravadoras passaram a lucrar menos, perdendo seu mercado para os downloads ilegais, fortalecidos pelo método de compartilhamento p2p. Pior do que o fim das vendas das mí­dias físicas, os especialistas previam um completo domí­nio do mercado pirata no mundo online.

A revolução dos downloads na internet: fácil compartilhamento de arquivos.

Buscando sobreviver às quedas nas vendas, as grandes corporações musicais (ainda que tardiamente) começaram a voltar seus interesses para outros aspectos de seus artistas. Muitas gravadoras passaram a exigir parte dos lucros com shows e turnês, pois essas tornaram-se as fontes de renda mais imunes à pirataria. Além disso, começaram a ensaiar investimentos no mercado digital na tentativa de obter algum retorno com as vendas legais.


Trazendo para a atualidade, nesse aspecto, o iTunes lidera o mercado norte-americano. Mesmo com a expansão da pirataria, o mercado legal de música vem ganhando forças ano após ano. O crescimento dos downloads legais passou de 15% no segundo semestre de 2008 para 20% no mesmo período em 2009. As vendas dos CDs, por sua vez, caem nessa mesma proporção. O National Purchase Diary (NPD Group), líder de pesquisa de mercado nos setores de marketing dos EUA, anunciou recentemente que "as vendas de músicas digitais estarão quase equiparadas às vendas de CDs já no final de 2010.".


iTunes, da Apple: líder em downloads legais.


Até mesmo a Billboard, instituição que há 5 décadas expõe a hierarquização popular da música americana (músicas mais tocadas, álbuns mais vendidos, etc.), passou a adotar a venda de downloads legais como critério para classificar a popularidade das músicas. Nessa realidade, o interesse das gravadoras em investir nesse mercado, aliado à ampliação do acesso popular à internet, ano após ano, favoreceu o crescimento do mercado digital.


Resta esperar pelo desenrolar das novas polí­ticas de combate à pirataria digital. Em diversos paí­ses do mundo o controle sobre os downloads ilegais já é forte o bastante pra levantar as mais polêmicas discussões sobre liberdade cultural X direitos autorais. Resta-nos acompanhar essa trajetória e, eventualmente, tomar um lado da briga. Eis um belo ponto para discutirmos aqui no blog, quem sabe uma próxima vez.




As 7 músicas mais baixadas na história da internet:

#7 - Viva La Vida, Coldplay (2008)

Downloads legais (valor aprox.): 3.900.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI*): 78.000.000






#6 - Boom Boom Pow, Black Eyed Peas (2009)


Downloads legais (valor aprox.): 4.000.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI): 80.000.000






#5 - I'm Yours, Jason Mraz (2008)

Downloads legais (valor aprox.): 4.150.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI): 83.000.000






#4 - Crank That, Soulja Boy Tell 'Em (2007)

Downloads legais (valor aprox.): 4.200.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI): 84.000.000






#3- Apologize, One Republic e Timbaland (2007)

Downloads legais (valor aprox.): 4.350.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI): 87.000.000






#2 - Just Dance, Lady Gaga (2008)


Downloads legais (valor aprox.): 4.500.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI): 90.000.000






#1 - Low, Flo Rida e T-Pain (2008)

Downloads legais (valor aprox.): 5.000.000
Estimativas de downloads ilegais (IFPI): 100.000.000





*IFPI = Federação Internacional da Indústria Discográfica.


Rodrigo Alcure.

É do Cacique de Ramos que se inicia a nova era do Samba!


O famoso Cacique de Ramos é um bloco carnavalesco do bairro de Ramos, que se situa na cidade do Rio de Janeiro. Seus ensaios eram promovidos em uma quadra de futebol de salão e é lá que, no final dos anos 70, surgiu o maior movimento de samba que já se teve notícia: Os pagodes do Fundo de Quintal.


O cacique era o principal bloco da região, mas tinha um grande rival que era o Bafo de Onça. Em qualquer lugar que abrigava os dois não podia esperar outro resultado a não ser briga. O cacique, às vezes, esperava até quatro horas para desfilar e não impedir que o Bafo de Onça fizesse seu carnaval.


No entanto o cacique sempre teve mais nome não só na passarela como também no samba. Com uma singularidade em letra e melodia, o bloco entupia a quadra de ensaio em todas as quartas-feiras. Com isso, conseguia levar importantes personalidades no mundo do esporte, televisão e muitos artistas a apreciarem o seu carnaval. E, cada vez mais, essa roda de samba estava ficando comentada e conhecida, ganhando um toque especial perante os que freqüentavam.


Tudo o que havia de conhecido no mundo do samba foi revolucionado pelos integrantes dessa maravilhosa roda de samba, que adicionaram genialidade e qualidade nas composições de suas letras e melodias, apresentando um novo tipo de samba ao falar dos acontecimentos do cotidiano. E não para assim, a mudança é tanta que chega na criação de alguns dos instrumentos que são usados hoje em dia pelas tradicionais e latentes bandas de samba/pagode, que são o Banjo com braço de Cavaquinho (criado por Almir Guineto), o tantã (feito pelo sereno) e o Repique de mão (inventado por Ubirany). São considerados criadores desse estilo e influenciaram muitos novos grupos de pagode (sub-gênero) que vinham surgindo também nessa época.


Foi desse movimento que surgiram grandes nomes do samba que compõe as agendas das mais variadas casas de show do Brasil inteiro. São nomes como Sombrinha, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Almir Guineto, entre outros. Todos ex-integrantes do Fundo de Quintal. Embora desfeito e indo cada um buscar o seu sonho, a amizade preveleceu e, como prova disso temos nos mais diversos shows a presença e participação dos consagrados "ex-fundoquintanistas".


É o grupo mais premiado dentro do seu gênero em todos os tempos, chegando a ter em sua coleção de ganhos até um disco de platina, que é referente à uma vendagem de mais de 500.000 discos, além das mais variadas menções honrosas.


O Grupo Fundo de Quintal é tão grandioso que não pode ser limitado à uma postagem, pois representa nada menos do que a imagem popular do Brasil e chega a ser considerado um patrimônio nacional. Então ele, sem dúvida, voltará no Nota 7 um outro dia para bater mais um papo.


Para quem não conhece um pouco do trabalho do Fundo de Quintal, fica a sugestão de uma música: A Amizade. Ela já pode estar sendo visualizada no vídeo abaixo.


Abraços e Tchau!


André N. Bueno


mas quem não quer dizer Tchau?

Oito anos atrás, numa viagem aos Estados Unidos para cuidar da gravação de seu segundo disco solo, Para quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro, Nando Reis ouviu do produtor americano Jack Andino o seguinte diagnóstico: "Seu trabalho está melhor que o da sua banda". E realmente estava.

Em meados do ano de 2002, Nando Reis deixou os parceiros de 20 anos para trás, e despontou como a mais nova voz solo da MPB. Seu primeiro disco após a ruptura, A letra A, foi mais bem sucedido que o Álbum de sua ex-banda, Como estão vocês?, lançado alguns meses depois. Foi nessa época que o titã Tony Bellotto declarou à revista da MTV que o grupo estava aliviado com a saída de Nando: "nós perdemos um bom letrista. Um péssimo cantor". Tony estava meio certo (e consequentemente meio errado); meio certo porque a voz e o tempo de Nando Reis são desastrosos, assim como a grande maioria de seus shows, que não passam perto de qualquer apresentação titânica (falo por experiência própria); meio errado porque eles não perderam um bom letrista. Foi o maior letrista do Rock Nacional Brasileiro, desde Cazuza, que deixou a banda paulista pela porta dos fundos.

Enquanto a fonte de inspiração dos Titãs estava quase seca, Nando pôde experimentar tudo aquilo que lhe foi censurado. Os Titãs são uma banda consagrada. Mas que não mais se encontra, apenas segue tendências (e emplaca algum hit ou outro em novelas "dassete"). A Poesia terminou. Mas em Nando ela transborda: Experimentem ouvir "ISSO" de Tony Bellotto (A MELHOR BANDA DE TODOS OS TEMPOS DA ÚLTIMA SEMANA, 2001). Logo após, ouçam "QUEM VAI DIZER TCHAU?" (PARA QUANDO O ARCO-ÍRIS ENCONTRAR O POTE DE OURO, 2001, download ou compre na Saraiva). São Músicas que falam de um amor velho que não dá mais certo. Espero que vocês encontrem a diferença e entendam aonde eu quero chegar.
- As duas músicas estão disponíveis no fim do post.

E eu não estou sozinho. Desde sua saída oficial da banda, Nando Reis gravou 5 discos e vendeu duas vezes mais do que os Titãs, que gravaram 4 CDs (algo em torno de 400 mil para 190 mil). Só o álbum Nando Reis Ao Vivo-MTV vendeu 175 000 cópias. Isso é quase 100% das vendas de sua ex-banda desde 2002, e seis vezes mais do que o Ao Vivo Titãs-MTV, lançado em 2003.

Para terminar (não que eu não tenha mais o que falar), eu mesmo tenho todos os 8 discos do Nando Reis (CDs, daquele que a gente compra mesmo, não daquele que baixa na Internet), e posso dizer que ele é o único titã com capacidade e acervo intelectual, musical, poético, para manter uma carreira solo estável. Sergio Britto e Paulo Miklos já tentaram gravar um disquinho solo cada, mas o resultado foi desastroso - Britto, por exemplo, teve que cancelar a turnê por falta de público - sabem por quê? Pois não sabem compor e "musicar" sozinhos. As duas vozes mais bonitas dos Titãs (não estou sendo irônico, mesmo) não sabem ser independentes. Enquanto Nando e sua voz
medonha, digamos, exótica (e que está melhorando) têm o que os falta. Brilhantismo.

Afinal, Tony, voz ruim a gente acostuma. O problema é música velha e ruim.

Bruno Alcantara.


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